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Brasil
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Número de médicos no Brasil deve ultrapassar 1,15 milhão em 2035

maio 9, 2025
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Número de médicos no Brasil deve ultrapassar 1,15 milhão em 2035

O estudo Demografia Médica no Brasil 2025,foi divulgado esta semana e produzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Ministério da Saúde. A pesquisa projeta que, até 2035, o Brasil atingirá o patamar de 1,15 milhão de médicos, o que corresponderá a 5,25 médicos por mil habitantes.
Desde 2020, foram incorporados 116,5 mil novos profissionais, totalizando 635,7 mil médicos em atividade no país — equivalente a 2,98 médicos por mil habitantes atualmente. Contudo, a distribuição regional permanece marcadamente desigual, e a tendência é de manutenção desse cenário nos próximos 10 anos.
Destaques regionais
São Paulo lidera em números absolutos: 172.721 médicos.
Distrito Federal apresenta a maior taxa proporcional: 6,28 médicos por mil habitantes.
Para 2035, Maranhão (2,43), Pará (2,56) e Amapá (2,76) devem continuar com as menores taxas.
O Distrito Federal manterá a liderança proporcional com 11,83 médicos por mil habitantes, seguido por Rio de Janeiro (8,11) e São Paulo (7,17).
Quando considerada a distribuição fora das capitais, São Paulo permanece na dianteira com 2,70 médicos por mil habitantes no interior, enquanto Amazonas (0,20) e Roraima (0,13) registram as piores taxas.
Anadem propõe interiorização e revisão da expansão de cursos
Para o presidente da Anadem (Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética), Raul Canal, a principal falha está na ausência de políticas públicas efetivas para interiorizar a medicina. Segundo ele, não basta formar mais médicos: é necessário garantir mecanismos de fixação e permanência desses profissionais em regiões remotas.
“A solução não passa pela formação indiscriminada de novos médicos, mas por iniciativas que garantam a presença desses profissionais onde há maior carência. Sem isso, o sistema continuará a excluir milhões de brasileiros do atendimento básico e especializado”, afirmou Canal.
Qualidade da formação médica em debate
Outro ponto de atenção destacado por Raul Canal é a qualidade da formação médica. Em abril de 2025, o Ministério da Educação lançou o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), com o objetivo de avaliar competências dos egressos e fornecer indicadores para aprimorar as graduações, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).
A Anadem defende a suspensão da criação de novos cursos e a melhoria contínua dos já existentes, com currículos adaptados às realidades regionais.
Em abril de 2018, o MEC havia suspendido por cinco anos a abertura de novos cursos por meio da Portaria n.º 328/2018, mas retomou a autorização de novos cursos em julho de 2024, contrariando recomendações anteriores.
Em dezembro de 2022, a Anadem reiterou sua posição contrária à expansão indiscriminada, enfatizando a necessidade de infraestrutura adequada e corpo docente qualificado.
Mulheres ultrapassam homens entre médicos pela primeira vez
O levantamento também aponta uma mudança no perfil demográfico da categoria. Pela primeira vez na história, as mulheres são maioria entre os médicos em atividade no Brasil, representando 50,9% do total. A projeção para 2035 é de que elas cheguem a quase 56% do total de profissionais.
Essa inversão histórica revela uma tendência que se intensificou nas últimas décadas. Em 2009, as mulheres correspondiam a 40,5% da classe médica, enquanto os homens ainda dominavam com 59,5%.

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