Haddad denuncia “caixa-preta” bilionária em renúncias fiscais e defende efeitos positivos da reforma tributária
Durante palestra no seminário realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Centro do Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou as distorções provocadas pelas renúncias fiscais no Brasil. Ele afirmou que o modelo atual privilegia setores específicos da economia por meio de incentivos tributários desproporcionais, enquanto penaliza quem cumpre regularmente suas obrigações fiscais.
— Ao invés de oferecer uma alíquota média menor para todos, optamos por escolher os ‘campeões nacionais’, que levam o grosso do Orçamento. Aquele que paga imposto é prejudicado por quem fez do lobby a sua profissão de fé — declarou o ministro.
Haddad destacou ainda os impactos esperados com a recente aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional, apontando-a como fundamental para melhorar o ambiente de negócios no país.
— A desoneração sobre investimentos será total. A desoneração das exportações também será de 100%. A guerra fiscal entre os estados vai acabar, inclusive a disputa fiscal entre estados e a União. Isso será em benefício do bom empresário — afirmou.
Segundo o ministro, a carga tributária atual é inferior à de uma década atrás, mas o país ainda enfrenta importantes desafios, especialmente no campo fiscal.
— Assumimos o governo em 2023 com um déficit primário estrutural de 2%. Com o apoio de parte do Congresso, estamos avançando para estabilizar o Orçamento e criar condições macroeconômicas para a retomada do desenvolvimento da indústria nacional — completou Haddad.
