Fibromialgia pode atingir até 4% da população brasileira, aponta especialista

a Câmara Municipal de Feira de Santana promoveu uma sessão especial sobre a fibromialgia, com foco na conscientização da sociedade e no fortalecimento de políticas públicas. A atividade contou com a participação da reumatologista Ana Tereza Amoedo, que apresentou dados sobre a doença e propôs ações de enfrentamento.
Segundo a médica, a fibromialgia pode afetar entre 2% e 4% da população brasileira, com predominância entre mulheres. A especialista explicou que se trata de uma síndrome clínica caracterizada por dor muscular generalizada crônica, associada a alterações cognitivas, fadiga, ansiedade, depressão e hipersensibilidade ao toque. A condição impacta significativamente a saúde mental, a vida familiar e o desempenho profissional dos pacientes.
Ana Amoedo destacou a existência de um longo período de peregrinação até o diagnóstico, que pode durar até 30 anos, o que contribui para o isolamento social e agravamento do sofrimento psicológico. A médica ressaltou que a fibromialgia não causa deformidades nem alterações articulares, mas altera a forma como os pacientes se inserem socialmente.
Durante a sessão, a reumatologista apresentou um conceito atualizado sobre a doença, reconhecendo a fibromialgia como uma condição de processamento anormal da dor no sistema nervoso central, em que o indivíduo afetado apresenta maior sensibilidade à dor. A médica defendeu a ampliação da informação técnica sobre a fisiopatologia da síndrome e a necessidade de acolhimento adequado e multidisciplinar para os pacientes.
Como parte das recomendações clínicas, a especialista destacou a prática regular de atividade física, especialmente exercícios aeróbicos, como medida eficaz para reduzir os sintomas de dor. Além disso, apontou a importância do uso de medicamentos para dor crônica, psicoterapia, técnicas de relaxamento e escuta empática. Aos profissionais de saúde, recomendou atenção às queixas dos pacientes e validação de suas experiências de dor.