Dia Nacional do Parkinsoniano: fisioterapeuta destaca importância do tratamento adequado

A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurodegenerativa crônica que afeta o Sistema Nervoso Central, levando à perda progressiva de células nervosas em uma parte do cérebro chamada substância negra. Essa área é responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos. Estima-se que a doença afete cerca de 1% da população acima de 60 anos, podendo chegar a 4% em pessoas com mais de 80 anos. Embora rara, pode acometer pessoas a partir dos 40 anos, afetando cerca de 10% dessa faixa etária.
Nesta sexta-feira (4) é lembrado o Dia Nacional do Parkinsoniano no Brasil. A data foi criada para conscientizar a população sobre a doença. O fisioterapeuta Matheus Maciel Pauferro, coordenador do curso de fisioterapia da Estácio, em Feira de Santana, destaca a necessidade de estratégias de prevenção, diagnóstico precoce, e tratamento adequado e imediato da Doença de Parkinson.
Os principais sintomas da Doença de Parkinson incluem tremores involuntários, geralmente começando nas mãos ou cabeça, e lentidão nos movimentos (bradicinesia), dificultando as atividades diárias. Outro sintoma é a rigidez muscular, que aumenta a tensão nos músculos, podendo causar dor e limitar a mobilidade e capacidade funcional do indivíduo. Alterações na postura corporal e no equilíbrio podem ocorrer, aumentando o risco de quedas. Mudanças na fala e na escrita também são comuns, com a voz tornando-se mais suave e a caligrafia menor e mais difícil de ler.
A causa exata da Doença de Parkinson ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais contribua para seu desenvolvimento. O tratamento geralmente envolve medicamentos para aumentar os níveis de dopamina, terapias, atividade física e fisioterapia, ajudando a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida e social do indivíduo.
Papel da Fisioterapia
De acordo com Matheus Maciel Pauferro, a fisioterapia desempenha um papel fundamental na reabilitação de pessoas com Doença de Parkinson. Os fisioterapeutas ajudam a melhorar a mobilidade articular, a força muscular, a postura corporal e a coordenação motora, além de trabalharem na prevenção de quedas.
“Através de exercícios específicos, técnicas de alongamento e treinamento de marcha, podem ajudar a aliviar sintomas como rigidez e bradicinesia (movimentos lentos). Entretanto, o papel principal da reabilitação fisioterapêutica é focar em exercícios que simulem atividades diárias para uma melhor capacidade funcional, visando à socialização desses indivíduos na comunidade”, afirmou.
Além disso, a fisioterapia pode incluir a reeducação postural e o uso de dispositivos de assistência como bengalas, muletas ou andadores, caso seja necessário.
“O objetivo é promover a independência e a qualidade de vida do paciente, adaptando as intervenções às necessidades individuais e ao estágio da doença. O acompanhamento regular e a prática de atividades físicas também são incentivados para manter a funcionalidade e o bem-estar geral. A prática regular de exercícios físicos, sob a supervisão de um fisioterapeuta, é fundamental para o manejo dos sintomas motores da doença”.
Matheus afirma ainda que a fisioterapia atua de maneira eficaz nos distúrbios motores de pessoas com Doença de Parkinson através de diversas abordagens de reabilitação. Segundo ele, o tratamento é personalizado, levando em consideração as necessidades e limitações de cada paciente, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e a funcionalidade.
Ele ressaltou ainda a importância de os pacientes com Doença de Parkinson serem acompanhados por uma equipe multiprofissional para um tratamento mais efetivo. “A pessoa com Doença de Parkinson, além de apresentar sintomas motores, pode ter distúrbios do sono, depressão e problemas cognitivos, por isso a importância desse atendimento multiprofissional”.