Servidores comissionados de Feira de Santana recebem até 4 vezes menos que os de Juazeiro

Os servidores comissionados da Prefeitura de Feira de Santana continuam enfrentando um cenário de salários defasados, agravado por comparações com outras cidades da Bahia. Um exemplo que chama atenção é a cidade de Juazeiro, localizada no norte do estado, que recentemente aprovou, no último dia 13 de dezembro, uma nova estrutura administrativa, estabelecendo valores significativamente superiores para cargos equivalentes.

Comparativo dos salários entre Feira de Santana e Juazeiro

Enquanto Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, com 657.948 habitantes, paga valores modestos aos cargos comissionados, Juazeiro, com 254.481 habitantes (menos da metade da população), apresenta uma tabela salarial bem mais valorizada. Confira o comparativo:

Os números revelam uma discrepância salarial alarmante: servidores comissionados de Feira de Santana recebem, em média, quatro vezes menos que aqueles que ocupam cargos equivalentes na Prefeitura de Juazeiro. A situação se torna ainda mais crítica considerando o porte econômico e populacional de Feira, que exerce um papel central no interior baiano, enquanto Juazeiro, mesmo com uma população significativamente menor, apresenta maior valorização salarial.

Reajuste e valorização em Juazeiro

O projeto de lei aprovado em Juazeiro no dia 13 de dezembro reestruturou a administração pública e criou um plano de valorização salarial para cargos comissionados, refletindo uma preocupação em atrair e manter profissionais qualificados para funções de direção e assessoramento. A iniciativa foi comemorada pelos servidores locais e serviu como um marco de reconhecimento da importância do funcionalismo público.

“Essa nova estrutura foi construída com base em estudos de impacto e visa não apenas modernizar a administração, mas também valorizar os servidores que tocam o dia a dia da máquina pública,” declarou um representante da Prefeitura de Juazeiro.

Estagnação em Feira de Santana

Por outro lado, Feira de Santana mantém há anos salários praticamente congelados para cargos comissionados, sem reajustes proporcionais à inflação ou ao aumento do custo de vida. A falta de atualização salarial tem gerado insatisfação entre os servidores e prejudicado a eficiência administrativa.

“Os salários pagos aqui não condizem com a importância da cidade. Como podemos exigir produtividade e comprometimento se o servidor mal consegue fechar suas contas no final do mês?”, questiona um comissionado da Prefeitura de Feira que preferiu não se identificar.

Impacto na gestão pública

Especialistas alertam que a defasagem salarial compromete a retenção de profissionais capacitados e afeta diretamente a qualidade dos serviços oferecidos à população. Em um município com a importância econômica e social de Feira de Santana, os baixos salários podem desestimular a ocupação de cargos de confiança por profissionais qualificados, dificultando a modernização e o bom funcionamento da administração pública.

Perspectiva de mudança

Até o momento, a Prefeitura de Feira de Santana não apresentou propostas concretas de reestruturação administrativa ou reajuste salarial para os cargos comissionados. O cenário gera pressão crescente por parte dos servidores, que buscam não apenas equiparação salarial com cidades vizinhas, mas também valorização profissional.

Enquanto Juazeiro se destaca com uma política salarial atualizada e progressiva, Feira de Santana segue com números que refletem um claro descompasso, apesar de sua posição estratégica como polo econômico e populacional da Bahia.

Os servidores seguem aguardando uma resposta concreta do poder público, na esperança de que Feira de Santana acompanhe o avanço de outras cidades e reconheça o valor dos profissionais que garantem o funcionamento da administração municipal.

O desafio do prefeito eleito José Ronaldo de Carvalho (UB) é encontrar profissionais capacitados e que aceitem assumir cargos de tamanha respomsábilidade e com o salário tão defasado e pouco atraente.